sexta-feira, 2 de março de 2012

Crítica de Cinema... Aluga-se

Segue abaixo a crítica que *Beto Perocini fez ao curta metragem que estreou  em diadema no dia 25/02... Para mais detalhes confiram a postagem Novidades No Cinema.

Bate-papo aberto entre telespectadores e atores
Aluga-Se é um curta-metragem (média-metragem em algumas convenções) que apresenta um conto urbano de suspense e terror, contando a historia de Caio (Nicolas Mathers) um rapaz que cresceu no interior, e recém chegado á cidade vai à busca de uma casa para alugar, a partir de um classificado de jornal visita uma cada na periferia da cidade. Ao visitar a casa para locação e semi mobilhada, encontra uma boa vinda de Antônio (Vicente Fantin), dono da casa.

De casa nova, emprego novo, e com alguns amigos na cidade, o personagem acaba se envolvendo com Carla (Danielle Silva) uma colega de trabalho. Até então tudo bem, na segunda noite, coisas estranhas tem início, misteriosamente pequenas coisas denunciam o absurdo, a existência de outro morador naquela casa. Sentindo que é apenas uma falsa impressão o personagem prossegue. Confidencia suas suspeitas a um amigo (Robson Lima), e por ser do interior e com superstições, acaba não acreditando, levando a crer ser apenas fruto da própria imaginação.

Esse filme é a primeira direção de Paulo Carvalho, morador da cidade de Diadema, o roteiro tem influências de grandes filmes do gênero como “O Sexto sentido” de M. Night Shyamalan, e de filmes de terror orientais baseados em lendas e contos urbanos de assombração, como o japonês “O Grito”.  No elenco, os atores se apresentam bem livres, alguns mais experientes outros menos, com destaque para a naturalidade de Nicolas Mathers, e a forma metódica como Vicente Fantin desenvolve seu personagem nos fazendo crer que a qualquer momento irá invadir a casa com um punhal, e também para as performances de Robson Lima, cujo personagem funciona muito bem como alívio cômico.

A produção de Arthur Brandão e também de Paulo Carvalho é cuidadosa, fizeram as escolhas acertadas para reduzir custos e ainda contar a historia de maneira muito interessante, como a escolha da locação que também sediava a produção, outro fator que influenciou também a boa realização foi o clima agradável que desenvolveram durante a produção, contrastando com o clima que o filme necessitava, carregado e nebuloso. Realizada com baixo orçamento e recursos escassos, essa obra foi financiada pela própria equipe e elenco, contando com apóio de amigos e pontos culturais da cidade de Diadema, como o Cinema de Eldorado onde o filme estreou e o Bar do Zé, que foi uma das locações.

Exposição de fotos no hall do cinema 

 Arthur Brandão também dirige a fotografia do filme, e optou por realizar planos médios, abertos e conjuntos, privilegiando a atuação dos atores e também reduzindo o tempo de produção. Com o decorrer da historia planos-detalhes e subjetivos funcionam como catalisadores da sensação de repulsa despertando calafrios.
A montagem do filme realizada por Marlon Marinho, da fluidez e agilidade as cenas, de início a montagem realizada como um drama, contando a historias com planos mais longos, também acentua os momentos de tensão ao usar os planos detalhes de forma subjetiva.  Encaixando muito bem cada peça desse quebra-cabeça.
A trilha sonora traz uma faixa especial composta pela violinista Denise Silva, que remete as grandes trilhas sonoras dos filmes de arte chineses que usam cordas em suas composições.
A maquiagem que Érica Rodrigues realiza para a caracterização dos personagens é muito bem desenhada e cumpre de maneira eficiente suas funções, em especial a maquiagem do ator Eduardo Carvalho, que tem uma participação especialíssima nesse filme.

Sala de cinema
Mesmo sendo produzido na cidade de Diadema, e mencionando a região do ABC, o filme não se torna regional, poderia ter acontecido em qualquer periferia de qualquer grande cidade, tal fato acaba aproximando o expectador da historia fazendo com que nos identifiquemos com o personagem nessa situação, afinal ao alugar uma casa ou um espaço como ter certeza das energias que rondam o local, num mundo onde a tecnologia cresce e a crença para alguns diminui, o aumento do medo do desconhecido, quando esse se apresenta é inevitável.

Diante das dificuldades em se produzir arte, quando a sociedade ainda tem diversos problemas de estrutura, e escassez de cultura, obras como essa se tornam marcos culturais. Parabéns Paulo, parabéns a toda equipe e elenco.


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*Beto Perocini, 30 anos, nascido em São Paulo, criado em Diadema onde mora desde então. Estudou cinema e vídeo na Escola Livre de Cinema em Santo André, onde se especializou em Montagem e Edição, Direção de fotografia, e Direção Geral. 


Realiza experimentos com vídeo desde 2006 em Diadema, quando filmou dois curtas ainda sob o suporte de VHS. Desde então realizou pesquisas independentes sobre produções em vídeo, até ingressar na escola em 2008.  Profissionalizou-se em 2010, realizando trabalhos com diversas produtoras de cinema e vídeo da Grande São Paulo, onde ainda tem atuado. 


Filmografia RECENTE:
2012 “Diário de um exorcista” terror/drama aprox. 70 min. HDTV 
          (em produção)
Direção: Renato Siqueira / Effects Filmes
Fotografia, produção.


2011 "Gosto de Fel" - Fic/Drama 20 min. (finalizando)
Direção: Beto Bessant / Luz Câmera Animação
Elétrica, Macking-of


2011 “O Amor é Fudido” Vídeo Clipe 4min.
Direção: Jorge Pezzolo / Aruá Filmes
Direção de fotografia, Montagem e finalização.

Contato:
Facebook: Beto Perocini

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